Capacitação de Guarda Parques Indígenas
Os territórios que margeiam a BR-230 tem sofrido crescentes ameaças e recentes invasões, incluindo desde madeireiros a loteamentos ilegais. A presença de invasores nas terras indígenas representa ameaça ao ambiente natural e à vida das comunidades indígenas. Nesse contexto, os povos indígenas ameaçados buscam formação em guarda parque para realizar vigilância de forma mais eficiente e segura. O objetivo deste projeto é realizar um curso de guarda parque para representantes indígenas de três terras indígenas na região do Médio Xingu. O Curso de guarda parque indígena versa sobre temas relevantes, como legislação, tecnologia de monitoramento remoto, abordagem a invasores e conservação ambiental, visando capacitar os participantes para proteger o território, as pessoas e os recursos naturais. Uma vigilância sem preparação adequada pode resultar em conflitos que colocam em risco a vida dos indígenas. Dessa forma a realização deste projeto pretende fornecer ferramentas para garantir a segurança e o acesso aos direitos dos povos indígenas.
O presente projeto está relacionado à Agenda de Desenvolvimento Territorial (ADT), ao contemplar os tópicos de "Apoiar programas de capacitação e fortalecimento das entidades da sociedade civil, preparando-as para conceber, planejar, implantar e prestar contas de maior número de projetos e de projetos de maior alcance social" (ADT pág. 50) e "Necessidade de fiscalização para inibição da sobrepesca" (ADT pág. 53).
O curso de guarda parque será voltado para a população jovem das aldeias afetadas pelas ameaças externas, pois correspondem à faixa etária mais propícia para assimilar os conhecimentos técnicos, ao mesmo tempo que representam os futuros líderes para os povos. O curso visa formar 3 indígenas de cada aldeia, ou seja, 6 da TI Cachoeira Seca, 9 indígenas da TI Arara, e 9 indígenas da TI Kuruaya, num total de 24 indígenas formados como guarda parque. As atividades de vigilância planejadas ao final do curso, a serem realizadas pelos guarda parques indígenas formados, beneficiarão a comunidade em geral das terras indígenas contempladas. Nesse sentido o número de famílias beneficiadas corresponde a: 13 da aldeia Curuatxe; 13 da aldeia Curuá; 28 da aldeia Irinapane; 23 da aldeia Iriri; 14 da aldeia Kujubim; 45 da aldeia Laranjal; 7 da aldeia Arumbi e 5 da aldeia Maragapi-eby. Diversos aspectos da vida comunitária serão protegidos por essa vigilância qualificada, incluindo o uso pleno do território, acesso a áreas de caça e de extrativismo que hoje são áreas evitadas pela comunidade devido ao perigo que representa a presença de invasores